DARLINGTONIA CALIFORNICA - COBRA LILY
Photo: credit to "Noah Elhardt"
Confesso que esta é uma das plantas que mais me fascina, pela sua beleza estética e pelo brilhantismo na forma como “engana” e captura os insectos. Facilmente confundida com o género Sarracenia, pela sua forma e pelo modo como captura os insectos, apenas partilham a mesma família, e como veremos mais adiante, esta é mais uma planta de beleza rara que a natureza nos deu oportunidade de contemplar. Com o seu aspecto característico, é também conhecida como Cobra plant ou cobra Lily
De acordo com (James; Pietropaolo, 1986), quem está creditado pela descoberta destas plantas foi o botânico J. D. Brackenridge em 1841 quando fazia uma expedição no Monte Shasta na California, EUA. Doze anos mais tarde, John Torrey, um botânico Norte-americano fez pela primeira vez uma descrição da planta e concluiu que a mesma tinha características suficientes que a distinguiam das Sarracenias, suficiente para a criação de um novo género com seu nome em homenagem a um Biologista seu amigo, o Dr. William Darlington.
Veremos então quem é esta tão inigmática planta e que diferenças a distinguem do género sarracenia. Vamos também perceber a forma brilhante como captura o seu alimento e as condições básicas do seu cultivo.
Veremos então quem é esta tão inigmática planta e que diferenças a distinguem do género sarracenia. Vamos também perceber a forma brilhante como captura o seu alimento e as condições básicas do seu cultivo.
QUEM É:
Família: Sarraceniaceae
Género: Darlingtonia
Espécie: Californica
A Darlingtonia Californica é uma planta de género monotípico, ou seja, só existe apenas uma espécie no género Darlingtonia e essa espécie é a Californica (Rice, 2006). Assim, e sendo muitas vezes confundido entre os cultivadores de plantas carnívoras, não é possível cultivar espécies diferentes com características distintas tal como acontece com outras plantas e que dão origem a híbridos (cruzamento de espécies).
Apesar das Darlingtonias e as Sarracenias pertencerem à mesma família, e devido à semelhança que possuem entre si, não é possível o cruzamento destas duas plantas porque pertencem a géneros diferentes, o que facilmente poderia confundir os novos cultivadores em tentarem criar híbridos que não são possíveis de serem criados.
À semelhança da Dionaea Muscipula que também é uma planta de género monotípico, o que pode acontecer é existirem variedades dentro da espécie que se distinguem umas das outras às quais se chamam cultivares. Os cultivares não são mais que características únicas dentro da mesma espécie que a distingue da espécie dita “típica ou comum”. Tal com os Humanos, todos somos humanos, mas uns têm a tonalidade da pele mais clara e outros mais escura. Os asiáticos por exemplo têm os olhos num formato diferente dos europeus etc., e são essas diferenças que os tornam únicos, mas não deixam de ser humanos.
Apesar das Darlingtonias e as Sarracenias pertencerem à mesma família, e devido à semelhança que possuem entre si, não é possível o cruzamento destas duas plantas porque pertencem a géneros diferentes, o que facilmente poderia confundir os novos cultivadores em tentarem criar híbridos que não são possíveis de serem criados.
À semelhança da Dionaea Muscipula que também é uma planta de género monotípico, o que pode acontecer é existirem variedades dentro da espécie que se distinguem umas das outras às quais se chamam cultivares. Os cultivares não são mais que características únicas dentro da mesma espécie que a distingue da espécie dita “típica ou comum”. Tal com os Humanos, todos somos humanos, mas uns têm a tonalidade da pele mais clara e outros mais escura. Os asiáticos por exemplo têm os olhos num formato diferente dos europeus etc., e são essas diferenças que os tornam únicos, mas não deixam de ser humanos.
ORIGEM:
A origem da Darlingtonia Californica é bastante restrita como podem ver no MAPA apresentado. A localização geográfica do habitat natural destas plantas situa-se nas regiões da costa do pacífico, mais precisamente nas regiões do norte do Estado da Califórnia e na costa oeste do Estado de Oregon. As altitudes onde se encontram estas plantas podem variar desde o nível do mar até aos 2800m segundo (Schnell, 1976).
As Darlingtonias são encontradas predominantemente nas regiões montanhosas e em cascatas, mas são muitas as populações que vivem ao nível do mar na costa do pacífico (D’Amato, 1998).
Podem ser encontradas em zonas pantanosas a crescer em esfagno, em zonas ensolaradas no meio da floresta, em prados húmidos nas montanhas ou mesmo em encostas de cascalho onde existe um decurso de água em constante movimento. (D’Amato, 1998).
É típico das Darlingtonias colonizarem áreas perto de nascentes de água e onde esta é fresca e com um movimento ligeiro (D’Amato, 1998). Este é aliás, o segredo do seu cultivo
As Darlingtonias são encontradas predominantemente nas regiões montanhosas e em cascatas, mas são muitas as populações que vivem ao nível do mar na costa do pacífico (D’Amato, 1998).
Podem ser encontradas em zonas pantanosas a crescer em esfagno, em zonas ensolaradas no meio da floresta, em prados húmidos nas montanhas ou mesmo em encostas de cascalho onde existe um decurso de água em constante movimento. (D’Amato, 1998).
É típico das Darlingtonias colonizarem áreas perto de nascentes de água e onde esta é fresca e com um movimento ligeiro (D’Amato, 1998). Este é aliás, o segredo do seu cultivo
Podem observar o Habitat Natural destas plantas através destas fotos gentilmente cedidas pelo Matt tiradas em 2009 no Estado de Oregon. Obrigado Matt
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You can observe the natural habitat of these plants through these photos courtesy of Matt taken in 2009 in Oregon state. Thanks Matt
Photos: credit to "Matt 2009" See orininal link
DESCRIÇÃO:
A Darlingtonia é bastante próxima com o género Sarracenia e existem muitas semelhanças nomeadamente com as Sarracenias Minor e a Psittacina.
As suas folhas em forma tubular são maioritariamente erectas e podem crescer até aos 90cm de altura, enquanto que as folhas inclinadas tendem em ser menores. No topo do tubo, encontramos a abertura da armadilha direccionado para baixo e com uma largura até aos 3cm. Na extremidade e junto à abertura da armadilha, existe aquilo a que parece uma língua bifurcada semelhante a uma cobra, e daí a razão óbvia de ser muitas vezes identificada como sendo Cobra Lily ou Cobra Plant (Schnell, 1976).
As suas folhas em forma tubular são maioritariamente erectas e podem crescer até aos 90cm de altura, enquanto que as folhas inclinadas tendem em ser menores. No topo do tubo, encontramos a abertura da armadilha direccionado para baixo e com uma largura até aos 3cm. Na extremidade e junto à abertura da armadilha, existe aquilo a que parece uma língua bifurcada semelhante a uma cobra, e daí a razão óbvia de ser muitas vezes identificada como sendo Cobra Lily ou Cobra Plant (Schnell, 1976).
Credits to: " Bruce G. Marcot, used by permission" See original link
No género Sarracenia, as aberturas das armadilhas tendem a crescer direccionadas para o centro da roseta, mas ao contrário destas, as armadilhas da Darlingtonia enquanto crescem, torcem-se 180º para que a abertura da armadilha fique sempre voltada contra o centro (Schnell, 1976).
Normalmente a sua coloração é de um amarelo/verde pálido no topo e de um verde-escuro à medida que se aproxima do chão, mas se estiverem debaixo de sol muitas horas, é frequente adquirirem uma coloração mais avermelhada na parte superior do tubo (Schnell, 1976).
Esta zona é, aliás, bastante semelhante às Sarracenias Minor e S.Psittacina bem como na forma como estas plantas iludem os insectos e os convidam para o seu fim
Normalmente a sua coloração é de um amarelo/verde pálido no topo e de um verde-escuro à medida que se aproxima do chão, mas se estiverem debaixo de sol muitas horas, é frequente adquirirem uma coloração mais avermelhada na parte superior do tubo (Schnell, 1976).
Darlingtonia exposta à luz solar directa – Tonalidade Avermelhada
Credits to: " Bruce G. Marcot, used by permission" See original link
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Esta zona é, aliás, bastante semelhante às Sarracenias Minor e S.Psittacina bem como na forma como estas plantas iludem os insectos e os convidam para o seu fim
SISTEMA DE CAPTURA:
Agora vão certamente ficar maravilhados com a forma como estas plantas atacam as suas presas. Enquanto as Dionaeas os podem “apanhar”, já as Darlingtonias não tendo qualquer tipo e capacidade de movimento, decide que a melhor estratégia é deixá-los pousar
Na zona da cabeça, a Darlingtonia contem partes transparentes que deixam passar luz dando a ilusão óptica de que possui uma quantidade enorme de pequenas “janelas”. Na zona da língua, e principalmente na zona próxima à abertura da armadilha, a planta segrega um néctar que escorre pelo exterior através da língua e convidando os insectos a entrarem na sua armadilha.
A esta altura, os insectos são convidados a entrar através da abertura devido à intensa luminosidade que ali se verifica. Se o insecto entra, comete o erro fatal, pois será virtualmente impossível que este saia dali com vida (D’Amato, 1998).
Ao tentarem sair dali de dentro da armadilha, são iludidos pelas falsas “janelas” confundindo os insectos com uma falsa porta de saída, e ao pensarem que ali se encontra a saída, cada vez mais vão entrando na armadilha até que por fim, escorregam para dentro do tubo e aí tudo termina para o insecto (D’Amato, 1998). Como se não bastasse, dentro do tubo existem inúmeros pêlos direccionados para baixo, não dando qualquer hipótese aos insectos que caem no fundo de treparem pelas paredes do tubo (D’Amato, 1998).
Uma vez capturado, a Darlingtonia não produz qualquer tipo de enzimas digestivas, pois não possui glândulas digestivas. Presume-se por isso que a digestão é feita com a ajuda de microrganismos tais como as bactérias que decompõem as partes moles dos insectos e o fluido daí gerado é absorvido directamente pelas células da folha (Schnell, 1976).
A presença da presa, juntamente com algum tipo de reacção química e/ou mecânica, faz com que a Darlingtonia aumente a segregação de água no interior da cavidade a fim de afogar o insecto e facilitar a posterior absorção dos fluidos decompostos pela acção bacteriana (Schnell, 1976).
Na zona da cabeça, a Darlingtonia contem partes transparentes que deixam passar luz dando a ilusão óptica de que possui uma quantidade enorme de pequenas “janelas”. Na zona da língua, e principalmente na zona próxima à abertura da armadilha, a planta segrega um néctar que escorre pelo exterior através da língua e convidando os insectos a entrarem na sua armadilha.
Interior da armadilha e a ilusão óptica criada pelas partes transparentes criando falsas saídas
Credits to: " Bruce G. Marcot, used by permission" See original link
Os insectos, atraídos pelas cores vivas da planta e pelo néctar que escorre no exterior da língua, seguem o rasto de néctar directamente para a abertura onde este é mais intenso (D’Amato, 1998).Credits to: " Bruce G. Marcot, used by permission" See original link
A esta altura, os insectos são convidados a entrar através da abertura devido à intensa luminosidade que ali se verifica. Se o insecto entra, comete o erro fatal, pois será virtualmente impossível que este saia dali com vida (D’Amato, 1998).
Ao tentarem sair dali de dentro da armadilha, são iludidos pelas falsas “janelas” confundindo os insectos com uma falsa porta de saída, e ao pensarem que ali se encontra a saída, cada vez mais vão entrando na armadilha até que por fim, escorregam para dentro do tubo e aí tudo termina para o insecto (D’Amato, 1998). Como se não bastasse, dentro do tubo existem inúmeros pêlos direccionados para baixo, não dando qualquer hipótese aos insectos que caem no fundo de treparem pelas paredes do tubo (D’Amato, 1998).
Pormenor das “janelas”
Credits to: " Bruce G. Marcot, used by permission" See original link
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Uma vez capturado, a Darlingtonia não produz qualquer tipo de enzimas digestivas, pois não possui glândulas digestivas. Presume-se por isso que a digestão é feita com a ajuda de microrganismos tais como as bactérias que decompõem as partes moles dos insectos e o fluido daí gerado é absorvido directamente pelas células da folha (Schnell, 1976).
A presença da presa, juntamente com algum tipo de reacção química e/ou mecânica, faz com que a Darlingtonia aumente a segregação de água no interior da cavidade a fim de afogar o insecto e facilitar a posterior absorção dos fluidos decompostos pela acção bacteriana (Schnell, 1976).
Alguns testemunhos afirmam que já foram encontradas rãs dentro de uma Darlingtonia, mas sabe-se, tal como todos os anfíbios, que apenas procuram abrigo e aproveita-se também para se alimentarem dos insectos que eventualmente são atraídos para ali (D’Amato, 1998).
Assistam aqui a este vídeo excelente e bastante demonstrativo ao que foi dito anteriormente, apenas não liguem ao que o Sr. Diz
CULTIVARES:
Existe um cultivar chamado Darlingtonia “Othello” descoberto na California em 1992 que se distingue pela falta de pigmentação vermelha
Cultivar Darlingtonia “Othello” Foto
CULTIVO:
Solo: Esfagno vivo ou morto + Perlite/areia silica na proporção (1:1) (D’Amato 1998)
Perlite + Turfa + Vermiculite na prpoporção de (2:1:1)
Nota: De preferencia em cultivo, usar vasos de barro. Ver melhor em (Regas).
Temperatura:
As temperaturas no seu habitat natural variam desde os 0º até aos 38º, embora a média seja de 27º a temperatura do ar e menos de 20º a temperatura do solo. (James, Pietropaolo; 1986)
Luminosidade:
Luz directa ou Luz parcial (D’Amato, 1998)
Dormência:
Sim, a Darlingtonia requer um período de 4 a 6 meses a temperaturas entrre os 2º e os 10º (James, Pietropaolo; 1986)
Humidade:
Moderada (Rice, 2006)
Regas:
Sistema prato por baixo, mas é vital para a planta que continue a regar por cima, de preferência com água fresca para que refresque as raízes da planta no verão onde as temperaturas são mais quentes (D’Amato, 1998).
Nos dias mais quentes do ano, até pode ser aconselhado em colocar um pouco desta água no frigorífico para ter temperaturas bastante baixas e de modo a refrescarem as raízes. Muitas vezes, o uso de cubos de gelo feitos a partir de água purificada e colocados no vaso podem salvar uma Darlingtonia de um dia bem quente no verão (D’Amato, 1998).
Importante: Devido à exigência destas plantas em manter as suas raízes frescas, pode ser preferível o seu cultivo em vasos de barro, pois permite que haja "transpiração" e desta forma diminuir as temperaturas do solo. O vaso de preferência deve ser alto, pois a temperatura é elevada na superficie do vaso e apenas uns centimetros abaixo da terra esta baixa considerávelmente.
Se possivel, ter o vaso na sombra ou protegido do sol directo e a planta ao sol
Local:
Estufa; Terrário; Exterior desde que tenha condições de boa drenagem e de forma a que as raízes se mantenham frescas
Espero que este artigo contribua para que todos possam tirar as suas duvidas relativamente a esta maravilhosa planta. Obviamente que muito ainda está por dizer, mas o que se pretende é que seja um começo, um bom começo para quem procura a informação adequada e que dela possa tirar partido para se sentir mais apto e confiante quando lida com as suas Darlingtonias.
É apenas um ponto de partida a uma experiencia bastante gratificante, que é o cultivo destas plantas fantásticas
Sintam a liberdade de colocarem todas as duvidas que acharem necessárias
Assim me despeço, mas prometo voltar com mais espécies;)
Cumprimentos a todos
É apenas um ponto de partida a uma experiencia bastante gratificante, que é o cultivo destas plantas fantásticas
Sintam a liberdade de colocarem todas as duvidas que acharem necessárias
Assim me despeço, mas prometo voltar com mais espécies;)
Cumprimentos a todos
Luís Martins
Última edição por CAMAL3AO em Dom Mar 06, 2011 6:32 pm, editado 4 vez(es) (Motivo da edição : Acrescento de Informação)