ORCHIDACEAE
Foram as plantas carnívoras que me fizeram olhar para estas coisas do reino das couves a que chamamos plantas. No entanto foram as orquídeas que me enfeitiçaram verdadeiramente pela sua tremenda beleza e biologia. Espero que este pequeno artigo consiga mostrar um pouco deste mundo orquidofilo
Origem do nome
Foram as plantas carnívoras que me fizeram olhar para estas coisas do reino das couves a que chamamos plantas. No entanto foram as orquídeas que me enfeitiçaram verdadeiramente pela sua tremenda beleza e biologia. Espero que este pequeno artigo consiga mostrar um pouco deste mundo orquidofilo
Origem do nome
O nome orquídea vem do grego όρχις (órkhis) que significa testículo e ειδος (eidos) que significa: aspecto, forma; em referência ao formato dos dois pequenos tubérculos que as espécies do gênero Orchis apresentam. Como este gênero foi o primeiro gênero de orquídeas a ser formalmente descrito, dele derivou o nome de toda a família.
Variedade
A família Orchidaceae é composta por 21,950 a 26,049 espécies distribuídas por 880 géneros. (Isto sem incluir os mais de 100 000 híbridos naturais ou artificiais)
Isto significa que o numero de espécies de orquideas é mais do dobro das das Aves, o quadruplo dos mamiferos e representa 6 a 11 % das plantas produtoras de semente.
Distribuição
As orquideas ocorrem em quase todo o tipo de habitats com excepção para sitios com neve permanente, para os desertos mais secos e para os picos mais altos (mais de 5000m de altitude)
Em Portugal existem orquideas de norte a sul do país.
Como crescem
Para conseguirem crescer em tantos habitats diferentes as orquideas tiveram que adaptar diversas formas de vida:
Orquideas terrestres: crescem directamente no solo
Orquideas litófitas: Orquideas que crescem em rochedos, preferencialmente calcários.
Orquideas epífitas: Orquideas que crescem em cima de outras plantas.
Orquideas saprófitas: Orquideas que não possuem clorofila e consequentemente não dependem do sol. Servem-se de relações simbioticas com fungos para sintetizarem os nutrientes do solo. Raramente são cultivadas sendo ainda mais raro conseguir cultiva-las de semente.
Orquideas parasitas: São parecidas com as saprófitas, contudo, os fungos a que elas se associam vão buscar os nutrientes a outras plantas e não ao solo.
Tambem têm duas formas de crescimento (Atenção! Não confundir com formas de vida faladas anteriormente)
Crescimento Monopodial:é um termo da botânica que se refere à maneira de brotação das plantas que crescem verticalmente, de gemas em suas terminações ou ápices. A maioria das árvores apresenta este tipo de crescimento.
Crescimento Simpodial: é um termo da botânica que se refere à maneira de brotação das plantas vasculares que crescem lateralmente, de gemas em sua base e não em suas terminações ou ápices. As bananeiras, helicônias e a maioria das orquídeas apresentam este tipo de crescimento
Reprodução
Podem-se reproduzir de duas maneiras: Vegetativamente e sexualmente (por semente)
No processo vegetativo é criado um clone da mesma planta. Na natureza as plantas apresentam este comportamento de diversas formas. Dois exemplos:
keikis a partir da aste floral em Phalaenopsis:
Acumulação de plantas por crescimento sinpodial (neste exemplo temos um Paphiopedillum) :
Em cultivo podemos dividir as plantas propagadas das formas anteriores:
Neste video mostra um exemplo de como dividir um Cymbidium no minuto 1:55 :
E podemos ainda clonar milhares de plantas a partir de uma planta especial por divisão de um meristema em meio estéril (conhecido por propagação "in vitro" ou "tissue culture")
O principal método de reprodução das orquideas na natureza é por semente. Depois da polinização a planta produz um fruto (por flor) contendo milhares de sementes. O problema é que as semente de orquideas não contêm quaisquer tipo de nutrientes armazenados pelo que para germinar a semente vai ter que aterrar num local propício e formar uma micorriza com um fungo específico para cada espécie.
Em cultivo podemos fornecer-lhes um meio propício para elas germinarem mas para isso temos que lhes fornecer todos os nutrientes que elas (as orquideas) necessitam numa forma assimilável.
Exemplo de uma sementeira de orquideas: